Stafin & Carvalho

A Reforma Tributária trouxe mudanças importantes que afetam diretamente a competitividade das empresas brasileiras, principalmente aquelas enquadradas no Simples Nacional. Embora o regime continue existindo, a introdução de novos impostos, a não cumulatividade plena e a alteração na lógica de créditos exigem uma análise detalhada para saber se permanecer no Simples ainda é vantajoso.

A realidade do Simples Nacional pós-Reforma

Segundo estudo do IBPT, cerca de 70% das empresas optantes pelo Simples atuam no modelo B2B, ou seja, vendem seus produtos e serviços para outras empresas. Esse grupo é o mais impactado pelas mudanças, pois seus clientes passam a buscar créditos de IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) e CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços), transformando parte do imposto pago em custo quando não há créditos suficientes.

Quando o Lucro Real pode ser mais vantajoso

Alguns perfis de empresa podem se beneficiar mais do Lucro Real do que do Simples. Isso ocorre principalmente quando:

  • Há fornecedores que geram muitos créditos de IBS ou CBS;
  • A folha de pagamento é elevada;
  • Existem despesas dedutíveis relevantes.

Em simulações feitas em 13 casos diferentes, a carga tributária do Lucro Real foi menor do que a do Simples, mostrando que o antigo “caminho mais simples” pode não ser mais o mais econômico.

O regime híbrido: uma alternativa

A Reforma criou um regime híbrido, no qual IBS e CBS são recolhidos fora do DAS. Embora seja mais complexo de administrar, ele pode ser vantajoso financeiramente. Estimativas indicam que, em média, o regime híbrido pode resultar em 21,6% de economia em relação ao Lucro Real, dependendo do perfil da empresa.

Impactos ao final da cadeia

Empresas que vendem diretamente para o consumidor final podem sentir menos os efeitos da Reforma. No entanto, se seus fornecedores estiverem enquadrados no Lucro Real ou Presumido, o imposto destacado pode se tornar um custo adicional, impactando diretamente a margem de lucro.

Diante das mudanças, é fundamental simular diferentes cenários antes de 2027. Algumas medidas recomendadas incluem:

  • Avaliar a possibilidade de dividir operações em mais de uma empresa para otimizar tributos;
  • Revisar clientes, fornecedores e folha de pagamento;
  • Estudar se o regime híbrido oferece vantagens para o seu caso específico.

 

 

Conclusão

Não existe uma resposta única para todos os negócios. A escolha entre permanecer no Simples, migrar para Lucro Real, Presumido ou optar pelo regime híbrido depende de uma análise detalhada do perfil da empresa. Com a Reforma Tributária, o que funcionava até agora pode não ser mais a melhor alternativa.

 

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